Este é um espaço dedicado aos sonhos.

sábado, dezembro 30, 2006

Cara D'Anjo Mau

Samuel Beckett por Henry Cartier-Bresson

A olhar para o novo ano.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

My name is 7, 2__007

"Esta mensagem não é para aqueles de quem me lembrei mas para aqueles de quem não me pretendo esquecer."
Talvez esta tivesse sido a melhor mensagem de boas festas que recebi no frio do Alentejo o qual foi combatido tenazmente dentro das lareiras e com altos lumes incandescentes.
Por isso merece a auréola da academia celeste e um prémio em forma de posta de final de ano e lema para a festa "revelhão" (ou como se diz em bom imigratugofranciú "le reveillon").

É também para aqueles que tiverem a ambição e o despudor de nunca deixar de sonhar e procurar sempre um céu um pouco mais azul no meio desta neblina turva que nos enleia todos os dias.
É para aqueles a quem a espuma do mar não arrefece e os raios do Sol de Inverno aquecem.
Para os caminheiros que amam o verde da floresta, as pedras do caminho e os cumes da montanha.

Desejo que encontrem neste novo ano o tesouro tantas vezes escondido, às vezes tão longe, outras tão perto, tantas vezes sob os nossos olhos, tantas vezes perseguido.
Procurem olhar mais para o lado a ver quem está do que para trás, a ver quem é mais lento e atrasado fica ou quem à frente ultrapassado será.
Talvez a corrida a solo seja um atrevimento e um gesto de arrogância.
Joguem em equipa. Partilhem e passem a bola. Vão ver que marcam mais golos.

Mesmo que seja para ninguém ver, ler ou sentir aqui fica a ambição.
Sim, porque isto, ao fim e ao cabo, ainda é uma espécie de magazine, sem gatos nem fedores que o anjo é bem humano e muito lavadinho.
Pois umas já o sabem e muito o gabam, outras ambicionaram saber e conhecer a verdadeira essência mas trabalhos celestes inoportunamente o impediram. Foi um valente "- Ohhhhhhhhh! Que pena!" mas fica a imaginação a bombar e o mistério no ar.
Boa entrada no novo ano, para ti e para a tua pequena ervilha.
Sim, leste bem, para a tua "petite ervilhá".
Pois mesmo que ainda não tenhas uma lá em casa prepara-te!
As ervilhas andam por aí à solta e podem-te cair no colo a qualquer momento sem que saibas qual das cegonhas a entregou.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

E ainda há quem não goste de futebol.

Muita saúde, dinheiro nos bolsos, sobretudos Zegna e ainda isto.

Como é que é possível alguém não gostar de futebol.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Blog Alheio

Comigo foi sempre assim. À primeira vista que os olhos de anjo não se enganam.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Presépio

Há muito boa gente que anda por aí aos atropelos a quem uma boa iluminação destas daria jeito para lhes fazer ver o verdadeiro sentido do Natal.
Eu já perdi o do menino nas palhinhas deitado à mto tempo.
Fez sentido enquanto as minhas pequenitas mãos construíam aquele presépio, com aquele musgo fresco, o lago com papel prata, a ponte romana, a cabana de madeira e cobertura de colmo, os montinhos de areia a fazer lembrar as dunas do deserto da Arábia onde desenhava os caminhos dos reis magos com farinha branca de neve.
As bolas vermelhas e as fitas cor de ouro ficavam cá por baixo pois a asitas de então ainda não me deixavam voar às carumas mais altas. O cheiro a resina do pinheirinho verdadeiro entranha-se nas narinas e apegava-se-me às mãos. Que crueldade ambiental diriam muitos hoje. Que contente ficava eu ao avistar ao longe o pai trazer às costas aqueles ramos acabados de cortar ainda cheios de pinhas e caruma verde ainda húmida da cacimba da madrugada.
O Natal era a viagem ao Alentejo. A viagem pela qual se ansiava meses a fio. De comboio ou autocarro as viagens eram longas mas os meus olhos castanhos, já então celestes, não se cansavam nem pestanejavam. Devoravam tudo o que era paisagem em câmara rápida. O bulício da Estação do Entroncamento, as linhas e composições de vagões coloridos, imensas que desfilavam e se cruzavam eram uma das minhas diversões preferidas. Cotovelo assente na mini mesa da carruagem, mão no queixo, olhos esbugalhados a olhar pela janela embaciada com o bafo quente da manhã.
A chegada era presidencial. O tio M, à data eminente autoridade enquanto GNR da terra, vinha-nos sempre esperar, com a sua farda em tons verde tropa e cinza claro, botins de polainas pretas, um sorriso estampado e braços abertos para o seu traquinas. Tinha o seu "Verdinho" Opel Kadett, espada reluzente de tanto cromado, ali mesmo à nossa espera.
Em casa da tia as bolemas de canela, os belhoses de abóbora, as filhoses e uma caneca de cafe preto bem quente esperavam por mim.
As primas estragavam-me com tantos mimos de saudades de umas férias de Verão na capital já esquecidas e cujas lembranças mostravam-me agora reveladas em papel Kodak.
Era bom revê-las. Agora mais velhas. Agora com namorados. Agora com umas amigas bem giras. Como é que eu ainda não tinha reparado nelas?
Todos a cavalo no verdinho lá íamos nós rumo à aldeia dos avós. A bagageira não fechava de tantos embrulhos.
Ao longe de boina inclindada sobre a testa de tez morena pelo Sol de Inverno, aqueles olhos verdes do avô começavam a brilhar assim que nos avistavam. O abraço com que sempre nos recebia faziam-nos sorrir mto e semicerrar os olhos para que, sabendo-o já velho, aquele momento durasse eternidades. Não durou.
O Natal era passado dentro da lareira, literalmente. A avó com as suas mãos calejadas do trabalho do campo amassava a bom ritmo as filhoses sob o olhar atento das filhas. Elas nunca lá chegaram. Bem tentaram mas avó era mestre.
Um pouco de sumo de laranja, umas raspas de casca de laranja (por sinal as melhores do mundo cresciam lá mesmo no quintal, a laranjeira era a árvore preferida do avô e por isso percebi mais tarde qual a razão para tanto sumo, tão doce), aguardente, uma reza mto pessoal, azeite bem quente a ferver, um rolo da massa bem untado, uma tábua de madeira, um alguidar de barro vermelho, forrado com o pano de flanela branco cru e umas gotas de suor nas rugas de idade, para o milagre acontecer.
Finas e estaladiças. Crocantes e macias. Eram assim as filhoses da avó. As melhores do mundo.
O meu Natal era o melhor do mundo.

O sentido do Natal em terra de anjos é este. Perceberam?
Espero que possam todos algum dia ter percebido e sentido no vosso coração um Natal assim.

Especialmente aos que nestes últimos tempos puseram cá fora bandos de pardais à solta, as muitas ervilhas que por aí já pululam, não se esqueçam de lhes ensinar a construir o "presépio" que os anjos aqui do céu estarão sempre de olhos atentos à pequenada.

Feliz Natal.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Lições de vôo para anjos celestes



A menina dança?

O anjo já está de cachecol ao pescoço e corneta na boca para fazer claque.
Força aí, arrasa com eles ó bacana_que_me_arranha_a_auréola.

p.s. - Esta posta é private mas convém esclarecer que a loira alvo é um anjo que voa comigo já à algum tempo e vai agora testar na pista as suas asas.

Aqui ficam algumas piruetas para te inspirares.



Espero que tenhas mais sorte com o júri.



Olé!

"Elogio do Amor", por MEC

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro.

Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".

Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.

Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

quarta-feira, dezembro 13, 2006

MEC na TV

Às vezes a tv tem raras destas pérolas.
O Miguel Esteves Cardoso, moço anjo mor, surgiu ontem a más horas para meu espanto e contentamento nos ecráns da TV para me fazer companhia num serão frio.
E que bem que soube ouvi-lo pensar mais uma vez Portugal e os Portugueses.
Ele é um dos meus heróis.
Desde os tempos dos livros, da revista K, do independente, da noite da má lígua que merece lugar de destaque no "altar celeste".
Se o País tivesse um fotógrafo oficial, seria o MEC.
As palavras dele valem bem mais que mil imagens.
A entrevista foi simplesmente impec.
Agradecimento ao Rui Ramos pela ideia e ao MEC por existir.

"Portugal é um país doce."
MEC

Já agora e a propósito. Lembram-se destas capas?
Namorava-as na montra da papelaria ao lado da escola secundária.
Teria eu 13, 14. As capas prendiam a atenção. A revista era cara e eu não podia lá chegar. O conteúdo era sempre para mim um mistério de tal modo que ia de propósito à bibliteca municipal espreitá-la por dentro. Os textos não me diziam mto. Eram coisas de crescidos. Agora as fotos e o design atraíam-me fatalmente.
Saudades da K.

Caixa de Correio - O amor nos olhos das ervilhas

Significado do Amor (dito por Crianças)

Um grupo de profissionais colocou esta questão a um conjunto de crianças entre os 4 e os 8 anos:
«Qual é o significado do amor?
As respostas que obtiveram foram muito mais amplas e profundas do que alguém possa imaginar.

Vejam por vocês mesmos:

«Quando a minha avó ficou com artrite, não se podia dobrar para pintar as unhas dos dedos dos pés. Portanto o meu avô passou a fazer sempre isso por ela, mesmo quando apanhou, também, artrite nas mãos. Isto é o amor.»

Rebeca, 8 anos

«Quando alguém te ama, a maneira como pronuncia o teu nome é
diferente. Tu sentes que o teu nome está seguro na boca dessa pessoa.»

Billy, 4 anos

«O amor é quando uma rapariga põe perfume e um rapaz põe colónia da barba e vão sair e cheiram-se um ao outro.»

Karl, 5 anos

«O amor é quando vais comer fora e dás grande parte das tuas batatas fritas a alguém, sem a obrigares a darem-te das dele.»

Chrissy, 6 anos

«O amor é o que te faz sorrir, quando estás cansado.»

Terri, 4 anos

«O amor é quando a minha mamã faz café para o meu papá e bebe um golinho antes de lho dar, para ter a certeza de que o sabor está bom.»

Danny, 7 anos

«O amor é estar sempre a dar beijinhos. E, depois, quando já estás
cansado dos beijinhos, ainda queres estar ao pé daquela pessoa e falar com ela. O meu pai e a minha mãe são assim. Eles são um bocado nojentos quando se beijam.»

Emily, 8 anos

«O amor é aquilo que está contigo na sala, no Natal, se parares de
abrir os presentes e escutares com atenção.»

Bobby, 7 anos

«Se queres aprender mais sobre o amor, deves começar por um amigo que odeies.»

Nikka, 6 anos

«O amor é quando dizes a um rapaz que gostas da camisa dele e, depois, ele usa-a todos os dias.»

Noelle, 7 anos

«O amor é quando um velhinho e uma velhinha ainda são amigos, mesmo depois de se conhecerem muito bem.» (nem Sócrates, Descartes ou Freud diriam algo mais certo...)

Tommy, 6 anos

«Durante o meu recital de piano, eu estava no palco e sentia-me
apavorada. Olhei para todas as pessoas que estavam a olhar para mim, e reparei no meu pai que estava a acenar-me e a sorrir. Era a única pessoa a fazer aquilo. O medo desapareceu»

Cindy, 8 anos

«A minha mãe ama-me mais do ninguém. Não vês mais ninguém a dar-me beijinhos para dormir.»

Clare, 6 anos

«Amor é quando a mamã dá ao papá o melhor pedaço da galinha.»

Elaine, 5 anos

«Amor é quando a mamã vê o papá bem cheiroso e arranjadinho e diz que ele ainda é mais bonito do que o Robert Redford.»

Chris, 7 anos

«Amor é quando o teu cãozinho lambe-te a cara toda, apesar de o teres deixado sozinho todo o dia .»

Mary Ann, 4 anos

«Eu sei que a minha irmã mais velha me ama, porque dá-me todas as
roupas usadas e tem de ir comprar outras.»

Lauren, 4 anos

«Quando amas alguém, as tuas pestanas andam para cima e para baixo e saem estrelinhas de ti.» (quanta arte!)

Karen, 7 anos
«Amor é quando a mamã vê o papá na casa de banho e não acha isso
indecente.»

Mark, 6 anos

«Nunca devemos dizer "Amo-te", a menos que seja mesmo verdade. Mas se é mesmo verdade, devemos dizer muitas vezes. As pessoas esquecem-se .»

Jéssica, 8 anos
E a última? O autor e conferencista Leo Buscaglia falou de um concurso em que ele teve de ser júri. O objectivo era encontrar a criança mais cuidadosa. A vencedora foi um rapazinho de quatro anos, cujo vizinho era um velhote que perdera recentemente a sua esposa. Depois de ter visto o senhor a chorar, o menino foi ao quintal do velhote, subiu para o seu colo e sentou-se. Quando a mãe perguntou-lhe o que dissera ao vizinho, o rapazinho disse: Nada, só o ajudei a chorar.»

Para mim, cara d'anjo mau
Amor é cortar aos unhas dos dedos dos pés e os pelos das orelhas do seu amado, ajudá-lo a ver-se livre de uma carteira cheia de notas e árbitros incómodos.
Em seguida escrever-lhe uma linda declaração de amor, pública, para que todos conheçam e saibam mesmo em vésperas de Natal que sentimento mai lindo não há.

sábado, dezembro 09, 2006

Gaija, sapatos e diplomacia

Baetas e Cogumelos

Hoje o anjo foi ao baeta.
Ou será melhor dizer ao Sculpteur d'Image aqui da área de residência.
O baeta é gay claro está. Hoje em dia é difícil arranjar bom e cá dos nossos.
As tesouras nas suas mãos deslizam por entre os caracóis da carapinha mais reticentes como faca quente em manteiga.
Realmente o moço tem mãos prendadas.
Utiliza três ou quatro tesouras. Cada uma com uma finalidade bem definida.
Gosta do detalhe. Corta o cabelo em modo macro. Ao mm.
É a estrela do salão.
Tomei a decisão. Era dia de cortar pela raiz o cogumelo que já me nascia na cabeça ao melhor estilo Afro.
Agora de cara lavada e formas mais aerodinâmicas a fazer lembrar James Dean ou José Mourinho cá vou eu assobiando na curvas.
Só falta mesmo é um Zegna vestido para vê-las cair que nem tordos.
Enfim.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Heróis

O tema de hoje neste que é, mesmo, uma espécie de magazine, são os heróis.
Sinto a falta deles que sempre me acompanharam e me faziam sonhar com um céu mto azul e ao alcance de um pulo.
Eram gurus espirituais, modelos de virtudes, anjos celestes.
Nesta época do ano, em que se sente a falta do espírito e mais a presença do material venho relembrá-los porque eles tornaram o meu mundo melhor.
Olho à minha volta e já não vejo a estrelinha dos heróis nos olhos das crianças.
Aquele olhar encantando que me prendia dias a fio na montra de Natal dos Grandes Armazéns do Chiado e fazia embaciar de bafo quente de tanta ansiedade e admiração pelos meus heróis de miniatura.
Eram meses, semanas, dias de namoro para os conquistar. Não era fácil, nem ganho à partida. Dava mto gozo.

Desafio os crentes em heroicidade que por este butecodeesquinaaomelhorestiloginginhacomelasalimesmonoRossio passam também a fazer a vénia aos seus grandes heróis.
Aqui fica o meu tributo:
Obrigado heróis, vocês são os maiores.

Dartacão
Abelha Maia
Sport Billy
Sapo Cocas
Dom Quixote
Zorro
O Mascarilha (The Lone Ranger)
Amigos de Gaspar
Carteiro Petzi
Babar o Elefante
Estrumfes
Soldado Bailey
Snoopy
Tom Sawyer
Asterix
Willy Fog
Os bonecos da playmobil
Os bonecos da LEGO
Sherlock Holmes
Hercule Poirot
Charlot
John Wayne
Woody Allen
Jack Nicholson
Dempsey
Makepeace
McGyver
Justiceiro
O Super Homem
O Homem Aranha
Godzilla
He-Man
Chanquete, Tito, Bea, Javi, Pancho, Piranã, Quique, Desi y Julia
Os Monges de Shaolin
Os Famosos Cinco
Toda a malta de uma família às direitas com especial destaque para o Archie Bunker e Mike.
Toda a malta da Balada de Hill Street, com especial destaque para o Andy Renko e Mick Belker
Toda a malta do Fame, com destaque para o Leroy, Danny Amatullo e Professora Lydia
Toda a malta dos Sopranos, com destaque para o Tony e Silvio
Toda a malta do Sienfeld, com destaque para o Kramer
Paul e Jamie Buchman da série "Doido por ti"
JR
Bobby Ewing
Três Dukes
Maradona
Gomes
Madjer
Michael Jordan
Magic Jonhson
Larry Bird
Carlos Lisboa
Rui Tovar
João Coutinho
Xutos & Pontapés
Jorge Palma
Sérgio Godinho
Camané
Rodrigo Leão
Pedro Ayres de Magalhães
Teresa Salgueiro
Heróis do Mar
António Variações
Manuela Azevedo
Maria João
Mário Laginha
Júlio Isidro
Herman José
Nicolau Breyner
Camilo de Oliveira
Ivone Silva
Benny Hill
Jô Soares
Fernando Pessoa
Eça de Queirós
Pedro Paixão
Miguel Esteves Cardoso
Henri Cartier Bresson
Auguste Rodin
Marc Chagall
Paula Rego
Graça Morais
Siza Vieira
Santiago Calatrava
A minha mãe
O meu pai
O meu tio Mariano
O meu tio Farias
O meu avó José da Cruz

O meu presente para os nossos heróis.



Lembram-se desta tarde de Sábado em 1985?
Muitos heróis desfilaram e muitos acreditaram ser possível.



E porque esta é uma das minhas músicas preferidas, e porque os heróis são intemporais , e porque é do ano da graça de 77 em que tudo começou para o anjo, e porque sim, cá vai o mítico Bowie numa fase ainda mais loura.

Carta ao Pai Natal - Post Scriptum

Só para te dizer querido Pai Natal que estive a pensar melhor e a fazer umas contas e acho que o sobretudo Zegna de 2250 Aérious é capaz de ser uma estica do caraças.
Afinal mesmo nos sonhos temos que ser solidários com aqueles que nada têm e invejosos dos que tudo têm.
Saúde da boa é capaz de ser mesmo o maior luxo que nos podes dar.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Desculpa. Vai buscar. Cum catano.

O hooligan que guardo dentro do peito dá sinal de vida.
Chega a ser cruel.
Não é ilusionismo. É virtuosismo.







Tinha dez anitos de tenra idade e os nervos em franja.
Pulos de alegria e gritos de golooooooooo.
Lágrimas grossas, já na altura, caíam-me pelo rosto sem perceber porquê.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

You're the Top

Cruzei-me com uma bomba e descobri esta preciosidade.

At words poetic, I'm so pathetic
That I always have found it best,
Instead of getting 'em off my chest,
To let 'em rest unexpressed,
I hate parading my serenading
As I'll probably miss a bar,
But if this ditty is not so pretty
At least it'll tell you
How great you are.

You're the top!
You're the Coliseum.
You're the top!
You're the Louver Museum.
You're a melody from a symphony by Strauss
You're a Bendel bonnet,
A Shakespeare's sonnet,
You're Mickey Mouse.
You're the Nile,
You're the Tower of Pisa,
You're the smile on the Mona Lisa
I'm a worthless check, a total wreck, a flop,
But if, baby, I'm the bottom you're the top!

Your words poetic are not pathetic.
On the other hand, babe, you shine,
And I can feel after every line
A thrill divine
Down my spine.
Now gifted humans like Vincent Youmans
Might think that your song is bad,
But I got a notion
I'll second the motion
And this is what I'm going to add;

You're the top!
You're Mahatma Gandhi.
You're the top!
You're Napoleon Brandy.
You're the purple light
Of a summer night in Spain,
You're the National Gallery
You're Garbo's salary,
You're cellophane.
You're sublime,
You're turkey dinner,
You're the time, the time of a Derby winner
I'm a toy balloon that’s fated soon to pop
But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

You're the top!
You're an arrow collar
You're the top!
You're a Coolidge dollar,
You're the nimble tread
Of the feet of Fred Astaire,
You're an O'Neill drama,

You're Whistler's mama!

You're camembert.

You're a rose,
You're Inferno's Dante,

You're the nose
On the great Durante.
I'm just in a way,
As the French would say, "de trop".
But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

You're the top!
You're a dance in Bali.
You're the top!
You're a hot tamale.
You're an angel, you,
Simply too, too, too diveen,
You're a Boticcelli,
You're Keats,
You're Shelly!

You're Ovaltine!
You're a boom,
You're the dam at Boulder,
You're the moon,
Over Mae West's shoulder,
I'm the nominee of the G.O.P.

Or GOP!

But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

You're the top!
You're a Waldorf salad.
You're the top!
You're a Berlin ballad.
You're the boats that glide
On the sleepy Zuider Zee,
You're an old Dutch master,

You're Lady Astor,
You're broccoli!
You're romance,
You're the steppes of Russia,
You're the pants, on a Roxy usher,
I'm a broken doll, a fol-de-rol, a blop,

But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

Letra e música de Cole Porter

domingo, dezembro 03, 2006

Amadeo de Souza Cardoso na Gulbenkian

A obra de um dos maiores artistas Portugueses pode ser vista na Fundação Calouste Gulbenkian. Eu estive lá e adorei. Tanta obra para tão curto tempo de vida.
Amadeo morreu jovem aos 31 anos.
A não perder.
Aos fins-de-semana pode-se bem esperar cerca de 30 a 40 min para comprar bilhete mais 30 a 40 min para entrar.
Aconselho visita nocturna. A exposição está aberta até às 22 horas.

Procissão Corpus Christi

Canção Popular a Russa e o Fígaro

Cozinha da Casa de Manhouce

Pintura (Brut 300 TSF)