Este é um espaço dedicado aos sonhos.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

FIM - Este blog encerra hoje as suas portas.

Chegou a hora da despedida.
Dizer Adeus para a maioria e até breve para a minoria.
Foi um desafio engraçado este de vir até aqui ao encontro e à partilha.
Perdeu a graça.
Aos que reservaram algum do seu precioso tempo e que aqui conviveram comigo o meu muito obrigado.
A gente se encontra algures por aí.
Sejam muito felizes.
Luis

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Creio nos Anjos

Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na deusa com olhos de diamante,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,

Creio num engenho que falta mais fecundo,
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o amor tem asas de ouro. Amén

Natália Correia

sexta-feira, novembro 30, 2007

Seu Mário

"Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação,um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso ! sou é caladão,instrospectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?"

Mário Quintana

Não me canso de ler e de me surpreender a cada frase, a cada pensamento do génio, ainda à solta, de seu Mário.
Mário Quintana.
Como as coisas mais simples são as que mais nos tocam.
Obrigado pela sua simplicidade partilhada.
Fique bem.
Tudo de bom Seu Mário.
Para si, seus filhos, seu negócio e seu time de coração.
Força! Lusa!

sexta-feira, novembro 23, 2007

Egoísta

Egoísta é

Ter e não repartir
Olhar e não ver
Olhar para os pés e tropeçar logo de seguida
Ter cara fechada e sorrisos interiores
Não gostar de ninguém
Ganhar na lotaria e rasgar o bilhete para que ninguém saiba
Mentir porque é difícil dizer a verdade
Não ouvir quando o outro te fala baixinho
Emudecer perante a gritaria
Voltar as costas
Pensar que o nosso mundo é perfeito
Pensar que as pessoas são perfeitas e que não é preciso nada
Deixar tudo como dantes

Caídas do Céu

Sabiam que para além das folhas secas no Outono
E das gotas frias de chuva nas manhãs de Inverno
E dos quentes raios de SoL no pino Verão
E dos pólenes voadores da Primavera
Há mais coisas que caem dos céus?
É verdade
Pessoas
Inteiras
Densas
Caem-nos também nos braços
Experimentem erguer os vossos
E digam bem alto:
" - Está alguém aí em cima?"

terça-feira, novembro 20, 2007

Chá Branco

Tealosophy, by Ines Berton

"Cosechas Limitadas

White Silver Needles: Este té blanco cosechado con el método imperial, sólo dos días al año durante el amanecer dan como resultado el más fino té de reflejos color plata, de perfume y sabor delicado y refrescante. Sin duda uno de los tés más sofisticados del mundo. Ideal para tomar una noche de verano.
Cosecha súper limitada. Infusionar 8 minutos"

Eu confirmo.
Elegância presente.
Suave no paladar.
Claro na visão.
Aconchegante quando toca.

Dias Não

Há dias assim
Dias que só no fim clareiam
Dias em a mais intensa das luzes não iluminaria o mais descoberto dos rostos
São assim os dias cinzentos
Hoje choveu e fez frio
Hoje a clausura tomou proporções nunca antes imaginadas
Ainda bem que se pode assobiar para o ar
Ainda bem que existe o mini ipod
Também nós temos limite de carga
Como as nuvens
Carregam milhões de gotas
Sobrevoam mares e continentes
E de repente a chuva cai
Quando menos se espera
Molha todos
Mesmo os mais prevenidos
A chuva quando cai é como o SoL quando nasce
É para todos
Abriguem-se

quinta-feira, novembro 15, 2007

Brava Ervilha

O Zé é pequenino e está doente
Alguém diz repetidamente bem perto:
"- É injusto."
Eu não sei o que dizer
A cabeça pensa o que a boca não quer dizer

Apertas-te-me a mão uma vez
Como um pequeno homenzinho de camisa leonina ao peito
Vou torcer por ti ervilha
Vais vencer
Não temas
Tens-nos todos a teu lado
Sempre
Para o que der e vier

segunda-feira, novembro 12, 2007

Indiferença

Uma das piores sensações é a indiferença
Ela é directa
Ela não disfarça
Ela chega sem avisar
Não usa luvas de veludo
Dá-nos um pontapé no rabo
E manda-nos dar uma volta ao bilhar grande
Gostava eu de ser indiferente à indiferença

sábado, novembro 10, 2007

Rotas, destinos, partidas e chegadas

Traçar a rota para chegar ao destino
Partir sabendo que um dia se chega
É assim a existência do viandante
Aquele que viaja andando pelo pensamento
Calcorreando as calçadas do sonho
Virando em cada esquina do imaginário
Ir
Arrancar é preciso

Em muitas ocasiões apercebemo-nos da falta de espaço em nosso redor
É necessário alargar os horizontes
Quebrar os limites que nos delimitam os movimentos físicos
Ir para além das suas fronteiras
O ser humano precisa de espaço
Para respirar
Para existir

"A viagem
Como é bela uma asa em pleno vôo...
Uma vela em alto mar...
Sua vida - toda ela! - está contida
Entre o partir e o chegar..."

Mário Quintana

terça-feira, outubro 30, 2007

Timidez

Timidez insana essa que te imobiliza
Timidez cruel essa que te desfaz o sorriso no rosto
Timidez essa que te prende os braços em hora de abraçar
Timidez essa que te cala a voz
Timidez essa que te veste escafandro e óculos de SoL
Timidez essa que é fraqueza
Timidez essa que te isola
Timidez essa que te prende ao silêncio
Foste tu

Bons sonhos

Para os mais pequeninos e para os maiorzinhos dormirem empilhados ou simbióticos como diz alguém do lado de lá.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Ervilha a bordo

A gente distrai-se
Vai duas semanas de férias
E quando chega tem gente nova no colo
Bem giro, este puto
As meninas terão aqui um belo partido
Bem vindo pequeno R, nome de fadista

sábado, outubro 27, 2007

SAMPA/BUE 2007 - Diário de Bordo - Página 5

Guarulhos, São Paulo, na sala de espera da porta de embarque 22, do terminal 2, pelas 19h30min, Aeroporto Internacional de Guarulhos

Aos vinte e seis dias do mês de Outubro do ano de 2007.
Última página do primeiro capítulo SAMPA-BUE 2007.

Últimas horas, muitos sorrisos tremidos, silêncios de quem não quer dizer adeus mas sim até breve, assim de repente, uma outra vez.
Últimas pestanadas, últimas imagens para mais tarde e sempre recordar.
Ir e voltar, regressar sempre aos lugares onde fomos e seremos sempre felizes, pela vida fora, numa vida que se sonha inteira.
Para trás ficou mais família.
Novata.
Do outro lado está La Famiglia.
São assim os laços que teimam em não desatar mas unir o que a água separa.
Da casa que me acolheu para a casa que me acolhe, entre o cá e o lá.
Mário Quintana debaixo do braço, único companheiro de viagem.
Lembranças, abraços e beijos para em mãos serem entregues.
São assim as missões transatlânticas de quem ainda teima em descobrir e pisar o invisível caminho das pedras sob as águas do mar.
E afinal o Atlântico é só um ribeiro, não é?
E porque há quem tenha o dom único da palavra escrita, aqui vos deixo, já a bordo do Airbus A330 da TAP, vôo TP 194, a poesia simples e inteligente de Mário Quintana, o meu companheiro dos lugares vazios da fila 33: o E, F e o G

A verdadeira arte de viajar A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo... Não importa que os compromissos, as obrigações estejam logo ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!

As aeromoças Aeromoças...Não! Devem ser aero-anjos... Pois não nos atendem em pleno Céu?! Eu estive lá e confirmo.
As da TAP, arcanjos de cachinhos dourados.
As da IBÉRIA, mafarricos disfarçados de velhinhas.

Um dia volto

SAMPA/BUE 2007 - Diário de Bordo - Página 4

Eizeiza, Buenos Aires, Argentina, Aeroporto Internacional de Buenos Aires
Aos vinte e quatro dias do mês de Outubro do ano de 2007, quarta-feira, quem espera pode não desesperar se tiver um moleskine e uma lapiseira à mão de semear

Minha Buenos Aires querida

Assim será daqui em diante, também minha, querida e para sempre
Hora de despedida nem sempre é triste quando se sabe que algum dia se voltará
Eu cometo sempre o "erro" de voltar ao lugar onde fui feliz
Tempo bom este aqui passado
Passou a voar
Vôos altos
Ficam na retina muitas imagens
Lugares, pessoas, sons, palavras
No palato outras tantas marcas
O SoL acompanhou-nos desde a primeira até à última hora
Despediu-se com azul celeste no céu
Simpatia, amigalhagem da boa, momentos, detalhes, pormenores
Última página de BUE, não definitiva, apenas fim do primeiro capítulo pois outros certamente se seguirão
Será bom viver outros como esse, uns destes dias
Assim de repente
Um abraço

p.s. - São Paulo chora com a minha partida amanhã. Quanta presunção minha não é? Chuva e céu cinzento. Só que aqui tem sorrisos que iluminam os dias mais nebulosos.

SAMPA/BUE 2007 - Diário de Bordo - Página 3

Recoleta, Buenos Aires, Argentina
Aos vinte e um dias do mês de Outubro do ano de 2007, Domingo, pelas 22 horas, dia de las madres acá.

Amigos
De cá e de lá.

Mais uma página escrita, vivida e sentida, deste meu e também vosso diário de bordo, que a cada esquina, a cada edifício, a cada "- hola que tal?, a cada linha, a cada palavra se surpreende.
Cidade que enamora, cidade que seduz, pessoas que se apaixonam.
Tentação transatlântica a que será difícil resistir.
Só mesmo uma saudade como a nossa para reduzir a ribeiro este mar Atlântico que nos separará em breve.
Passaram dois dias inteiros, como devem ser os dias todos da nossa vida. Inteiros.
Dias que se fizeram nas ruas, em longas caminhadas que alimentam os caminhantes.
O Sol fez-nos companhia e o calor colou-se-nos á pele.
Porto Madero uma mistura da nova BUE, com Parque das Nações e Docas de Âlcantara que resultou num bronze de beira de rio e numa barriga cheia e palato saciado.
Cabaña Las Lilas um santuário da gastronomia, da degustação e da arte de bem passar o tempo á mesa. Onde a carne é venerada. Onde a grelha ganha forma de mesa de operações e os chefes artes de cirurgião. O bisturi mete respeito.
Um Malbec tinto argentino acompanhou. Distinto. Elegante. Denso. Saboroso.
As papilas gustativas regeneraram-se e alargaram horizontes.
Hoje San Telmo teve feira. De rua. Música. Milongas e tango. Artistas, artesãos, antiquários, mimos, gente. Multidão.
Uma pequena nota de reportagem, improvável e inesperada. Encontrei o nosso jornalista Joaquim Letria em plena feira de San Telmo. Inacreditável não é?
Dois dias depois. Dois regressos ao Tortoni. Dois espectáculos distintos.
Hoje foi dia de show no palco.
"Encanto de mujer"
Sala Alfonsina Storni
Cortina veludo vermelho
A cantora Nora Bilous
Quatro músicos.
Um piano, um contrabaixo, um violino e um acordeão
Dois bailarinos
Lotação esgotada
Canções
Tango
Música
Piazola
Muitas palmas
Muito brilho nos olhos
Tábuas de palco marcadas
Voltas e mais vueltas
Que bien
Bravo
Expressões faciais
Pernas que enrolam
Pernas que se enroscam
Voz que vibra
Música que envolve
E foi assim que tudo fez sentido
No palco com tango
BUE é uma cidade que se deve apertar pela cintura e fazer girar na memória sempre, uma e outra vez e tal como a voz que se fez ouvir hoje no Tortoni continuas sonhar bem alto:
"Siempre se vuelve a Buenos Aires a buscar essa manera melancólica de se amar"
Até breve, até de repente
Um destes dias nos vemos
Por cá
Hasta siempre
Abraços

SAMPA/BUE 2007 - Diário de Bordo - Página 2

Recoleta, Buenos Aires, Argentina
Aos dezanove dias do mês de Outubro do ano de 2007

Amigos

Mais uma página do diário de bordo se vira ao terceiro dia na cidade de BUE.
Mais uma releitura conjunta que partilho convosco destas minhas férias que por estarem a se óptimas não as guardo só para mim.
Depois da cosmolita e populosa cidade de São Paulo eis-me em plena Buenos Aires.
Assim como primeira entrada do repasto direi que se trata da Paris da América do Sul sem os antipáticos franceses e com os muy amables e elegantes Portenhos.
Cidade monumental, de largas avenidas e amplas praças ao melhor estilo da época colonial espanhola.
Uma cidade repleta de vida e também de trânsito, onde os táxi pretos e amarelos assumem papel principal. Gente na rua. Muita.
Cafés e esplanadas em cada esquina onde o tempo não passa.
Parques e jardins que a tornam fresca e onde os portenhos relaxam refastelados sobre a relva em qualquer momento do dia. A hora de almoço é também hora de picnic.
Os homens são distintos, têm porte e as mulheres são bonitas e elegantes.
Em três dias já as minhas pestanas e papilas gustativas viram e saborearam muito.
Papilas porque nem só de belas vistas vive um homem e a carne na Argentina será provavelmente das melhores do mundo.
Destaco os seguintes pit-stops:
Plaza San Martin
Edifício Kavanagh
Plaza de Mayo
Bairro La Recoleta
Caminito
Palácio Rosa
Dadá Bistrot
Café Tortoni, onde o tango e o sabor do café se misturam
Galerias Pacífico
Restaurante Dodó
El Ateneo, talvez a mais bonita livraria do mundo
Bond Street, o shopping mais graffitado, lojas de tatoo e atmosfera novas tribos urbanas
Cemitério La Recoleta
Gelados Fredo
Tango de rua
e toda a cidade que ainda visitarei nos próximos dias
Até breve, até de repente
Hasta

SAMPA/BUE 2007 - Diário de Bordo - Página 1

São Paulo, Higienópolis
15 de Outubro de 2007, segunda-feira pelas 17h do dia

Amigos

Aqui estou eu sentado de pernas cruzadas no chão, olhando o céu de SAMPA, ouvindo Ellis e lendo Mário Quintana, a chegar aí, em frente dos vossos olhos bem do outro lado do Atlântico.
Alimentando a inspiração lusa um pouco dos doces cá de casa: suco de maçã no copo, bolo de noz e damasco no prato e manga na boca.
Ui que delícia.
As papilas gustativas estão aos saltos.
É assim que se estagia para a semana tangueira em Buenos Aires
Cidade maravilhosa não há só uma, São Paulo tb é.
Cidade de a vista não delimita.
Cidade de cultura.
Cidade moderna.
Cidade do mundo.
Eu estou cá.
Pelos:
Botecos de esquina;
Vila Madalena;
Balada;
Rua Óscar Freire;
Mercadão;
Praça Benedicto Calixto;
Restaurantes demais, o Ritz, o Arábia;
Jardim Buenos Aires;
Praça Vila Boim;
Pastelaria Barcelona;
Bairro de Higienópolis.
e mais se seguirá
venham vocês também um destes dias
abraços

terça-feira, outubro 09, 2007

Adeus, até de repente
















Vou partir mar afora
Aos céus irei rumar
Que a vida não se pode adiar
E o tempo não volta atrás
O veleiro de fôlego inflamado está
A carga toda metida nos contentores
O sorriso rasgado
As velas erguidas

Sopra agora brisa forte
Leva-me daqui para fora
Num instante
Assim de sopetão
Num abrir e fechar de olhos
Toco y me voy

Até de repente

quinta-feira, outubro 04, 2007

Olhando o Mar

















Para se lançar ao Oceano o bote celeste tem que estar provido de todos os mantimentos
Os mapas, as rotas, os ventos, as correntes e as condições climatéricas devidamente estudados
Só assim se chega a porto seguro
Há que olhar o mar e observar as ondas
Evitar tempestades
A navegação será feita à vista
As cartas de marear têm rotas antigas
Desta vez é à aventura
Com o destino traçado na palma da mão
Uma certeza porém
Do outro lado alguém
Um sorriso e um abraço
É o que eu levo na mala

Contagem regressiva
7 dias para a partida

terça-feira, outubro 02, 2007

Ser feliz

Veio no correio comum mas de alguém que à sua maneira ajuda na felicidade alheia.
Com o seu sorriso.
Com a sua alegria.
Aqui fica.
Nunca é tarde para lembrar.
Vamos sempre a tempo de viver.

Existe somente uma idade para sermos felizes

Somente uma época na vida de cada pessoa

Em que é possível sonhar e fazer planos

E ter energia bastante para realizá-los

A despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para nos encontramos com a vida

E viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda

A intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer.

Fase mágica em que podemos criar e recriar a vida

À nossa imagem e semelhança

E sorrir e cantar e brincar e dançar

E vestir-se com todas as cores e entregar-se

A todos os amores experimentando todos os

Seus sabores, sem preconceito nem pudor

Tempo de entusiasmo e de coragem

Em que todo o desafio é mais um convite à luta

Que enfrentamos com toda a disposição

De tentar algo novo, de novo e de novo, e

Quantas vezes for preciso.

Essa idade, tão fugaz na nossa vida,

CHAMA-SE
PRESENTE,

E tem apenas a duração do instante que passa...

quarta-feira, setembro 26, 2007

Não quero!



Originally uploaded by Eddie Law

terça-feira, setembro 25, 2007

Relvado

Hoje é dia de jogatina debaixo da ponte.
Há que estar com o equipamento aprumado e as chuteiras engraxadas.

Por tua causa


settembre 07
Originally uploaded by overperception
Por tua causa eu cedi
Por tua causa eu caí
Por tua causa eu fugi
Por tua causa eu não vi
Por tua causa eu reli
Por tua causa eu mexi
Por tua causa eu percebi

segunda-feira, setembro 24, 2007

Pensar nos outros

As pessoas esquecem-se de pensar nos outros.
Cuidar também é tentar adivinhar no outro o sorriso ou o enfado.
As pessoas são demasiado egoístas.
Fazem per si, só.
Cada vez mais.
Narcisos sem a vaidade.
Sem a estética.
Sem o bom gosto.
Os outros que se amanhem, pensam.
E quando eles não se amanham?
Quem paga as custas do processo ou os danos colaterais?
Quem enxuga as lágrimas ou desamarra os nós no peito?
Quem trata dos feridos e enterra os mortos?
Nunca se sabe.
Nunca se vem a saber.
Ninguém sabe de nada.
Ninguém quer saber.
Eu não.

domingo, setembro 23, 2007

Leito do Rio

Leito do Rio é fundo de gente
Leito de rio é estrada marcada
Leito de rio é campa de história
Leito de rio tem vida e está vivo
Leito de rio é fresco pela tarde
Leito de rio é alimento rico
Leito de rio desvia correntes
Leito de rio captura pegadas

De que material é feito o leito dos rios?
Areão

sexta-feira, setembro 21, 2007

Ruce, cavalo, bebés de plástico e moedinhas

quinta-feira, setembro 20, 2007

!!!


O
Originally uploaded by adrianadesigner
Mesmo tema, outros pontos.
De exclamação.

!!!

Só porque a miúda é gira e merece pontos de exclamação.

Fugir

Sei que a fuga não será certamente a mais nobre das atitudes e reações humanas mas é inevitável de tão instintiva que é.
Está sempre latente.
A sua iminência tolhe-nos os movimentos.
Congela-nos as ideias.
Não nos deixa ver os outros caminhos de tão evidente que parece ser.
Quando se reprimem muitas idas e voltas a fuga torna-se inevitável e normalmente sem retorno.
As pessoas fogem.
É natural.
É a vida, dizem outros.
E os que não fogem?
Os que ficam.
Não pensarão eles mais na fuga?
Será para eles a fuga um comportamento pouco digno?
Não será mais saudável fugir do que ficar a qualquer custo?
Cobardia ou coragem?
De que material é feita uma fuga?