Hoje foi dia de feira.
Não de pechinchas, nem de saldos, mas de bons livros e muitos.
No meu caso, pouco literário, não vou à procura de nada em particular.
Apenas vagueio pelos quiosques coloridos apinhados de gente, à espera que aconteçam amores à primeira vista ou fugazes paixões "au moment", ali bem no meio da multidão por entre pisadelas e encontrões.
É assim que faço a maior parte das compras, sem planos ou rotas, sem organização.
Sigo sem destino parando por aqui e por ali.
Curioso observo aqueles que à minha volta e de lista em punho vão cirurgicamente parando apenas em determinados quiosques à procura de tal livro xpto, da edição y esgotado há n meses nas livrarias.
Outros há que vão simplesmente ver as vistas do parque e apanhar um pouco de Sol.
Também por lá passam os canditados às eleições para o município.
Hoje eram dois os que, oportunamente, por lá se mostravam aos seus munícipes.
Também há os caça autógrafos que finalmente podem cumprimentar os seus ídolos da escrita e do pensamento, até mesmo com um aperto de mão enérgico ou uma foto risonha para mais tarde recordar.
Há roulotes de farturas, pão com choriço, bancas de bolos e doces regionais, algodão doce e até pernas-de-pau.
Sim. Eu fui à feira do livro e comi um valente perna-de-pau. Que bem que me soube. Sou fã.
Só não lhe dei foi tempo para me dar um autógrafo.
Foi rapidamente aniquilado pelas pupilas celestes. É que elas são pouco literárias.