O Gosto dos Outros e o Nosso

À medida que o tempo passa o bom gosto passou a ser uma obcessão celeste.
Até à bem pouco tempo tolerava quase com indiferença o cúmulo do mau gosto.
Passei, não sei porque carga de água, a irritar-me solenemente com quem a meu lado não se encherga da sua falta de gosto e o exibe publicamente com toda a impunidade.
Ao menos, já que não o tem, tenha a humildade de não esbanjar o seu mau gosto para cima dos outros.
Faça-nos um favor, respeite sobretudo o próximo.
Às vezes chega a ferir a vista, outras o ouvido e tantas vezes tolda o palato.
O anjo almeja um dia atingir esse status de homem cheio de gosto, muito e do bom.
Por enquanto delicia-se com tudo o que à sua volta lhe enche as medidas do gosto.
Tenta aprender. É difícil. Muitas vezes dou por mim quase a cair na esparrela fácil e tentadora do mau gosto.
A propósito, descobri muito recentemente um espaço, claro está, cheio de bom gosto, da autoria do meu ídolo Ed Motta na Folha de São Paulo. Para os que não conhecem é a Visão lá do sítio.
Este moço esbanja bom gosto e, claro está, como já está para lá de qualquer crítica ao seu gosto particular, tem a suprema generosidade de o partilhar conosco.
O gosto também se educa.
Não é uma questão de mto dinheiro.
É um sinal de maturação...ou não.