A Carta
Vou-lhe escrever uma carta.
Uma carta manuscrita à moda antiga.
Uma carta para arquivar, penhorar ou simplesmente rasgar.
Vou escrever uma carta numa folha branca.
Tão branca que desafia.
Branco que imagina.
Riscos, rabiscos, palavras e muitas notas soltas.
De sopetão, de rompante.
Vou-lhe escrever uma carta.
Não de amor.
Não de despedida.
Vou-lhe escrever uma carta pessoal, secreta, um bilhetinho amarrotado.
Um escrito simples, um testamento divino.
Vou-lhe escrever uma carta um destes dias.
Um dia qualquer pego no bloco de folhas brancas e escrevo uma carta.
Com destinatário, endereço, selo recortado, saliva que cola e código postal que é meio caminho andado.
Qualquer dia escrevo.
Qualquer coisa.
Um destes dias.
Numa folha branca e caneta bic cristal.
Bico fino e tinta azul.
Ai escrevo, escrevo.
p.s. - Já não sei há quantos anos não escrevo uma carta.
4 Comments:
quem me dera a mim receber uma carta dessas...
2:40 da tarde
às vezes lá consigo comentar... vá se lá perceber os mistérios insondáveis do betablogger!
Aproveito pra dizer q linda linda de viver é a CK, claro!!! Não vá desta vez não conseguir comentar no blog dela!
beijos para ti, Anjo
2:42 da tarde
... e já agora, apetece-me abusar:
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
E com letra bonita eu disse ela tinha
Um sorriso luminoso tão triste e gaiato
Como o sol de novembro brincando de artista
Nas acácias floridas, na fímbria do mar...
2:44 da tarde
CalamitosaEmObras
1-Bem...é estares atenta às borboletas brancas que anunciam correspondência. É pedir aos anjos que eles cuidam bem disso.
2-Vês como conseguiste. É preciso é jeitinho.
3-Abusa à vontade que este espaço está em liquidação geral.
7:34 da tarde
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