Este é um espaço dedicado aos sonhos.

quinta-feira, março 01, 2007

Leituras - Revista Atlântico

Hoje foi dia de leitura nova sobre a mesa, a revista Atlântico. Uma revista mensal de ideias e debates.
Comprei porque escreve lá a Carla Hilário Quevedo cujo blogue Bomba Inteligente é referência de excelência e bom gosto cá da casa.
Só depois de perceber que a jeitosa era Atlântica é que fiquei curioso em saber o que uma revista que se diz de direita tem a dizer nesta terra, em que os media são de esquerda e em que ainda se sente um certo complexo em ser de direita no pós 25 de Abril.
Eu não sou de direita nem de esquerda. Eu sou de direita e de esquerda. Sou "ambidestro".
Sou da geração pós 25 de Abril que acredita na liberdade, na democracia, no respeito, não pela moral pela moral, mas sim pelos bons costumes, no respeito ao próximo até mesmo pelos nossos irritantes vizinhos do 2ºB. Acredito nos valores da família, da amizade, da solidariedade.
Sou agora um leitor da Atlântico que sempre foi à festa do Avante.
Sou um admirador da pessoa do camarada Jerónimo de Sousa e um espectador fiel do personagem do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Sou fã do Miguel Esteves Cardoso , Heróis do Mar, Sérgio Godinho e Jorge Palma.
Qualquer dia faço uma lista...

Alguém me explica, por favor, se preciso de psicanálise ou se é alguma crise que ataca aos intas?

Bem mas não foi para isto que aqui vim.
Simplesmente para vos deixar com o texto de que mais gostei até agora na Atlântico nº24 de Março 2007 e que podia, perfeitamente, ter sido escrito por mim
(ainda não a terminei, é mensal e mto cara 4€, por isso, há que fazer render bem o peixe até ao final do mês, para assim justificar o investimento).
Gostei mesmo muito, même, même muito de ler esta coluna. É bom quando a leitura nos exercita os músculos do sorriso, por hora, meio flácidos.

Coluna o Solteirão - Adolfo Mesquita Nunes

" Aproveito esta coluna, e a vossa paciência, para colocar um anúncio, que espero proveitoso. Muito obrigado. propostas de venda para adolfomesquitanunes@gmail.com.
Procura-se apartamento em Lisboa. Nem perto, nem muito perto. Em Lisboa, perto de tudo o que em Lisboa me possa interessar, não necesariamente longe de nada. De preferência, um apartamento cujo espaço que não prejudique - antes provoque - as minhas escolhas, que permita um espaço de liberdade, onde o tempo flua sem engulhos.
Uma varanda ou terraço que acomode expectativas e saudades, que tenha recantos para dias de sonho e outros de pesadelo será evidentemente uma vantagem.
Espera-se que a casa tenha divisões com espaço mínimo. Ou seja, que me possibilitem estar só e estar mal acompanhado, que tenham áreas com muito ar e não áreas em que me possa faltar o ar.
Quero um sítio onde seja eu a comandar o espaço e o tempo. Com paredes obedientes, que se calam para me deixar ficar a ouvir, quando não tiver mais do que o respirar para me saber vivo. Se possível, gostaria de poder suportar as relações e as ralações, o seu aparecimento e desaparecimento, sem que umas e outras se mesclassem no ambiente ou nas cores e arruinassem o que está para vir.
Preciso de uma casa que permita dias em que somos dois, ou dois em um, ou um em dois. E que tenha cantos para arrumar momentos de sempre. e de nunca. Para sempre. para nunca.
Anseio por uma casa com ou sem escadas, mas que me deixa subir e descer. Que se disponha a suportar músicas e vícios antigos. Que não afugente o que quero guardar de mim. E dos outros. mas que, ao mesmo tempo, esteja apta a deixar fluir os devaneios do momento. Tem que reflectir a cor e a vontade. Tem de sucumbir aos caprichos e às necessidades. Tem de ter espaço para o que tiver de ser. Ou para o que não tiver de ser. Ou para ambos.
Quero um espaço meu. Para mim. Um espaço de liberdade que acolha esperanças e expectativas. Que dê lugar aos sonhos, que os chame e que os cumpra. Eu sei que a casa existe. E será"

p.s. - Já fiz referência a eles em posta anterior, mas não posso deixar de os elogiar novamente aos Dedos em mais uma brilhante tirada na última página da Atlântico.
Para mim as últimas páginas de jornal e revistas são sempre as primeiras a ser lidas. Não sei porquê nem quando começou esta mania, mas é mais forte do que eu. Primeiro vejo a capa, depois passo para a contracapa e folheio em passo de corrida de trás para a frente.

O texto tem um final abrupto. Acho que a imagem que colocaram para o ilustrar sobrepôs-se a algumas palavras. Vou reclamar.

4 Comments:

Blogger Amélia do Benjamim said...

Espera lá...
Ai!!...

(só um momento...)

1:22 da tarde

 
Blogger Amélia do Benjamim said...

Ufa! Caí da cadeira...

Agora já estou melhor!

Eu também sei que esta casa existe! É ali pros lados de Évora, perto de Lisboa, e chama-se Cartuxa...
lool estou a brincar...
Pois. Pois é.
Bem,
Também gosto da BI, versão "sem som".
Beijinhos

1:23 da tarde

 
Anonymous Anónimo said...

o prazer e a delícia de se inventar (e encontrar) o próprio lugar.

5:21 da tarde

 
Blogger L de Luis said...

Flavita - Tenho que procurar mais e melhor. Por enquanto vou imaginando como será depois...

11:05 da tarde

 

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