Este é um espaço dedicado aos sonhos.

terça-feira, novembro 28, 2006

Nada

Procuro e não encontro.
Procuro na sombra ao virar da esquina.
Nada.

Piso as folhas secas.
Levanto as pedras do chão.
Limpo a terra ainda húmida.
Espreito e nada.

Tapo o sol com as mãos.
Estou encandeado.
Não vejo nada.

Afasto o cabelo dos olhos.
Está-me a incomodar.
Não vejo nada.

Corro contra o vento.
As lágrimas caem.
Só vejo o nada.

Bato à porta.
Toco à campaínha.
Grito: - Ó de casa.
E nada.

Espreito à janela.
Olho para cima.
Olho para baixo.
Não é nada.

Oiço.
Vejo.
Cheiro.
Sinto.
Saboreio.
O nada.