quarta-feira, agosto 30, 2006
Treinador de Bancada
Após a jogatana estenuante das terças debaixo da ponte com a malta do costume, refastelado no sofá, faço zapping e paro no Trio d'Ataque.
Sendo eu um cliente já da casa passo a expicar aos menos familiarizados.
Trata-se de um programa onde se fala de futebol e bem.
Um moderador, três adeptos: um empresário, um cineasta e um músico do Porto, Benfica e Sporting, respectivamente.
Um espaço para os romanticos que gostam do drible e não do carrinho.
Para os que apreciam uma estirada elegante a um frango depenado.
Para os que preferem as bancadas cheias e vibrantes aos sofás empoeirados.
Para quem gosta do jogo e não da máfia.
Até aqui tudo normal, Portugal no seu melhor.
Mas de repente senti aquele sorriso estampado na cara e espontâneo de quem reencontra com saudade um velho amigo.
Vejo no televisor o Sérgio Godinho.
Ele gosta de futebol, está no lugar de adepto comentador do Sporting e mais, sabe mto e bem de futebol.
Um músico e homem de cultura de excepção, muito à frente do seu tempo demonstra ali mesmo a sua grandeza nesta forma despojada e sem preconceitos intelectualóides de gostar das coisas simples e mundanas da vida como o futebol.
Essa paixão avassaladora a assolapada que move multidões.
Agora entendo melhor a canção.
Obrigado pela inspiração
Espectáculo
Quando
tu me vires no futebol
estarei no campo
cabeça ao sol
a avançar pé ante pé
para uma bola que está
à espera dum pontapé
à espera dum penalty
que eu vou transformar para ti
eu vou
atirar para ganhar
vou rematar
e o golo que eu fizer
ficará sempre na rede
a libertar-nos da sede
não me olhes só da bancada lateral
desce-me essa escada e vem deitar-te na grama
vem falar comigo como gente que se ama
e até não se poder mais
vamos jogar
Quando
tu me vires no music-hall
estarei no palco
cabeça ao sol
ao sol da noite das luzes
à espera dum outro sol
e que os teus olhos os uses
como quem usa um farol
não me olhes só dessa frisa lateral
desce-me essa cortina e acompanha-me em cena
vamos dar à perna como gente que se ama
e até não se poder mais
vamos bailar
Quando
tu me vires na televisão
estarei no écran
pés assentes no chão
a fazer publicidade
mas desta vez da verdade
mas desta vez da alegria
de duas mãos agarradas
mão a mão no dia a dia
não me olhes só desse maple estofado
desce pela antena e vem comigo ao programa
vem falar à gente como gente que se ama
e até não se poder mais
vamos cantar
E quando
à minha casa fores dar
vem devagar
e apaga-me a luz
que a luz destoutra ribalta
às vezes não me seduz
às vezes não me faz falta
às vezes não me seduz
às vezes não me faz falta
terça-feira, agosto 29, 2006
7 meses e tanta vida para viver
Um presente para uma ervilha especial que cumpriu 7 mesitos de pura frescura.
Balada das sete saias
Sete ondas se noivaram
Ao luar das sete praias
Sete punhais se afiaram
Menina das sete saias
Sete estrelas se apagaram
Sete-que-pena choraias
Sete segredos contaram
Menina das sete saias
Sete bocas se calaram
Com sete beijos beijai-as
Sete mortes evitaram
Menina das sete saias
Sete bruxas se encontraram
No monte das sete olaias
Sete vassouras montaram
Menina das sete saias
Sete faunos contrataram
Sete cornos e zagaias
Aos sete encomendaram
Menina das sete saias
Sete princesas toparam
Com mais sete lindas aias
por sete e sete deixaram
Menina das sete saias
Sete danças que bailaram
Sete vezes que desmaias
Sete luas te ansiaram
Menina das sete saias
Sete vezes se encantaram
No bosque das sete faias
Sete sonhos desfolharam
Menina das sete saias
Trovante, Baile do Bosque, 1981
segunda-feira, agosto 28, 2006
Dicas - Editor de blogs
Uma boa ferramenta para os mais blogueiros.
Vamos lá a ver no que isto dá
w.bloggar
sábado, agosto 26, 2006
Da ficção para a realidade
Quando um link html ganha corpo.
Quando as palavras passam de lidas a ouvidas.
Quando os comentários se transformam em conversa.
Quando o 1 passa a um.
Eu gosto
Gosto da voz.
Gosto do cheiro.
Gosto da pele.
Gosto da densidade.
Gosto do abraço.
Gosto do adeus.
Eu gostei.
terça-feira, agosto 22, 2006
Os anjos também "choram"
A morte com o mar azul em pano de fundo e embalada ao som de "Somewhere over the raimbow", traduzida na guitarra havaiana de Israel Kamaka Wicale.
Goodbye Dr. Greene (ER)
Santanetes
Daqui envio cordiais saudações desportivas ao responsável pelo casting das babes santanetes que hoje desfilaram pelo relvado de Alvalade, desfraldando as bandeiras Sportinguistas.
Muito faz este clube em prol do futebol nacional.
A melhor contratação da época.
Assim é que se atrai gente ao futebol.
Beleza e fantasia no relvado de pôr as bancadas em pé.
quinta-feira, agosto 17, 2006
Memórias - Saudades do Mário Viegas
Para quem quiser recordar a crítica acutilante, mordaz e inteligente de quem era intelectualmente superior aqui fica um link de um texto do grande Mário Viegas.
Outra forma de matar saudades pelo menos do estilo é passar umas destas noites pelo Chiado e disfrutar de um bom bocado na companhia dos seus discípulos da Companhia Teatral do Chiado.
As marcas da sua presença ainda são visíveis e sentem-se na força da interpretação dos seus actores. Fica a sugestão.
terça-feira, agosto 15, 2006
Na Telefonia
Sintonizado na Radar atravessava o Tejo embalado pela voz da Inês Mezezes que lembrava Mae West:
"(...)Bom sexo é como um bom 'Bridge'. Se não tiveres um bom parceiro, é melhor que tenhas uma boa mão. (...)"
E já agora da mesma senhora gaija mais umas para anotar no Moleskine:
"(..)Nunca vá para a cama com um perfeito desconhecido, a não ser que o desconhecido seja perfeito.(...)"
"(...)Sexo quando é bem feito é otimo, mas quando é mal-feito tambem é muito bom.(...)"
quinta-feira, agosto 10, 2006
Cessar Fogo
Estes olhos não têm que se esconder dos canhões do Hezbollah nem de Israel.
Muitos outros não têm essa sorte e provavelmente serão apanhados.
Cessar fogo já.
quarta-feira, agosto 09, 2006
Mamas, rabos e cerveja
Não deixem de passar por lá para saber do que é feita a categoria da f.
A propósito do post da f. super rabo, mamas bock no Glória Fácil só para dizer que quando há mamas e rabos por perto os homens não vêem mais nada, nem mesmo copos de cerveja.
Quanto muito, utilizam a estratégia da imagem reflectida no copo para que, à James Bond, possam tirar todas as medidas.
Revejo-me completamente nas sábias e superiores palavras de f.: "(...) Já se sabe: as mamas são boas, o rabo também, logo, a cerveja é boa. (...)"