O DNa acabou!
Nem queria acreditar. Estava em plena biblioteca municipal aqui do burgo, a desfolhar a capa e depois a primeira página do mítico suplemento DNa quando fico surpreso com uma despedida do editor e fundador Pedro Rôlo Duarte.
É o fim do DNa. Leio de novo, volto umas linhas atrás e percebo o tom de despedida. Sou um pouco lento e lerdo.
Devo confessar que desde que este suplemento passou a sair à sexta-feira que a minha cumplicidade e fidelidade das manhãs de Sábado se quebrou. Perdeu o encanto e quase que antevi já na altura o seu fim anuciado. Depois perdeu dignidade quando o papel que lhe dava suporte se empobreceu e quando viu colar-se nas costas o suplemento de música DN+.
Agora é a confirmação. Fico triste. Muito triste.
Uma das poucas coisas boas que as minhas manhãs e tardes de sábado tinham era o prazer que me dava folhear e ler do fim para o princício o DNa. Todos aquelas linhas, aquelas imagens, aqueles sonhos impressos ou aquelas impressões sonhadas.
Tudo tinha para eu gostar dele. Design, Fotografia, Ideias, Viagens, Prazeres, Quotidianos e Pessoas, Poesia, Ilustrações, História, Humor, Graça.
Fazia-nos entrar na vida de alguns, partilhar os prazeres de outros, sorrir como tontos e viajar por aí às voltas.
Pedaços de escrita comovente e que ficará para sempre na lembrança dos seus leitores.
Guardo ainda comigo uma resma de DNa's desde 2001 quase com um sentimento de coleccionador frustrado porque deveria ter guardado ainda mais e ter começado mais cedo. Mas acordei tarde. Agora nem sequer este último. Soube depois. Sou sempre o último a saber.
Alguém tem um a mais que me possa oferecer?
A capa deste último suplemento é a mesma do primeiro de à dez anos atrás. Um bebé de olhos curiosos anunciava-se ao mundo. Na segunda página, o bebé de então é agora o menino com nove anos que aparece. Brilhante.
E depois de uma curta despedida do PRD uma colectânea de fotografias é "ilustrada" pelas frases reunidas em todos os nºs do DNa com as quais me reencontrei hoje à tarde.
Obrigado ao PRD, à Sónia Morais Santos, ao Miguel Esteves Cardoso, ao Augusto Brázio, ao João Gobern, ao Mário Silva, ao Eduardo Barroso, à Camila Coelho, ao Mário Vargas Lhosa, ao Carlos Quevedo, ao Edson Athaide, ao Luis Osório, à Anabela Mota Ribeiro, ao Carlos Oliveira e Santos e a tantos, tantos outros que por lá passaram e que por cá ficaram.
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