Este é um espaço dedicado aos sonhos.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Cavalinho rompante

Até se sente a adrenalina a subir. Estes gauleses são loucos.

Carta ao pai Natal

Querido Pai NataL

Bem sei que ainda é muito cedo para te vir chatear com desejos celestes mas é que já andam prá i umas gaijas do norte aos pulos com tão esperada época santa que fiquei contagiado.
Época prazenteira esta que se adivinha e que tanto gostas.
Tradição já costumeira de as famílias se reunirem nos templos de consumo, os shoppings, e se acotevelarem com outras famílias e dar um pontapé no déficit de bom gosto.
Vai um after-shave, vai um peugo, é pró menino e prá menina.
Periodo de reflexão sobre o orçamento anual estourado em menos de um mês e as dietas pós férias estragadas com sonhos, bolo rei e bacalhau.
As mágoas essas afogam-se em Porto Ferreira e Raposeira que é do bom e do melhor.
Venho então assim, embuído já de tão nobre espírito, solicitar a tua generosidade para quem foi tão bom menino o ano todo e comeu a papinha toda sem queixume.
Ponho já o sapatinho na lareira à tua espera.
É grande para que lá caibam os presentes de sonho e a tua barriguinha de coca-cola.
Viva o NataL.
Nikon D80 para ver o outro azul deste mundo

BMW 3 Coupé - Depressa, mto, sentir o corpo colado ao banco e ver a paisagem a passar.

Omega Seamaster Planet Ocean - Mau, Anjo Mau sempre a horas certas.

Casaco caxemira preto - Gola J. Mourinho.
Chocolates Pierre Marcoli - Paletes deles. Lambuzar-me todo e fazer bigode castanho.

Himalaya. Everest. Acapamento Base e Trek no Nepal.

Mais não quero. Sou parco no pedido e humilde no aceitar.

Só mais uma. pleaaasssseeee

Diarreias

Hoje estou com uma diarreia de postas que é uma loucura.
Deve ter sido algo que não comi. Algo que não me caiu bem nem passou pelo estreito. Algo que não disse. Algo que não fiz. Algo que me ficou atravessado no "gargumilo".
É essa a sina do anjo. Viver engasgado com postas mal amanhadas que só lhe dão voltas ao estômago.
Mas tb agora já estou mais aliviado. Não é nada que um traseiro abancado numa sanita não consiga resolver.
Agora estou precisado de um chá quentinho e bolachinhas para apaziguar os ânimos celestiais e adoçar os sonhos.

Apetites

Apetecia-me pintar um quadro.
Em tons de cor com tinta na tela.
Apetecia-me esculpir um busto e moldar um corpo.
Em pedra dura e barro mole.
Apetecia-me desenhar um rosto.
Em sombras claras e traços carregados.
Apetecia-me tocar piano e cantar um fado.
Voz trinada e corda dedilhada.
Apetecia-me fazer uma foto
Um preto e branco manchado de cor.
Apetecia-me escrever um poema.
Em falsa prosa caótica.
Apetece-me.

Escrita para que te quero

Nunca vos apeteceu escrever sem parar?
Estar para aqui a debitar palavras umas atrás das outras à espera do destino surpresa?
A mim já. E apetece-me.
É a mesma sensação de quem se me mete no carro e conduz sem destino e a alta velocidade.
Seria mto bom se fosse com um descapotável. Sentiria o vento a crespar a pele e a ouriçar os cabelos.
A escrita, a verdadeira também deve ser assim.
Quem não sabe não chega a sentir a aragem nem a sensação de ver a estrada de papel a desfolhar-se sob os nossos pés.
É assim para quem o combustível é escasso. Deve ser "gaisoileo" marado.
Mesmo assim faço-me à estrada. Estico os limites no chasso. Pouca potência e vivacidade mas é meu. De vez em quando ainda consegue dar umas boleias.
Toca a acelerar!

terça-feira, novembro 28, 2006

Nada

Procuro e não encontro.
Procuro na sombra ao virar da esquina.
Nada.

Piso as folhas secas.
Levanto as pedras do chão.
Limpo a terra ainda húmida.
Espreito e nada.

Tapo o sol com as mãos.
Estou encandeado.
Não vejo nada.

Afasto o cabelo dos olhos.
Está-me a incomodar.
Não vejo nada.

Corro contra o vento.
As lágrimas caem.
Só vejo o nada.

Bato à porta.
Toco à campaínha.
Grito: - Ó de casa.
E nada.

Espreito à janela.
Olho para cima.
Olho para baixo.
Não é nada.

Oiço.
Vejo.
Cheiro.
Sinto.
Saboreio.
O nada.

Olhó passarinho!

É craque e chama-se H o w a r d S c h a t z


quarta-feira, novembro 22, 2006

Senhor Leão


O senhor Leão é um moço que me acompanha à muito.
Um moço simples por fora, de voz cava, porém de grande profundidade interior.
Desde novo, mto novo o meu ouvido celeste adivinhou no senhor Leão algo também de genialmente celeste.
Tudo começou na Sétima que era Legião. Fez os Madredeus com o Ayres.
Agora está simplesmente a "só". Como se isso fosse pouco. Como se isso não nos bastasse.
Voltou agora para nos revelar o seu "Mundo". Espaço etéreo e celeste, de um azul sem fim.
Entrega-nos em mão um bilhete postal digital, ilustrado com voz, música e imagens.
Espreitem por esta janela aberta ao admirável "Mundo", novo para alguns, nosso para outros.

Bem haja senhor Leão.

"Voltar"

manhã cinzenta
faz-me chorar
a chuva lembra
o teu olhar

as folhas mortas
caem no chão
a dor aperta
o coração

quanto eu não daria
para poder voltar atrás
volta pró o meu peito
daqui não saias mais

perdi minha dor
para te encontar
na solidão
do teu olhar

no teu olhar
se perde o meu
também no mar
se perde o céu

quanto eu não daria
para poder voltar atrás
volta para o meu peito
daqui não saias mais

Dedicado a uma senhora gaija, rainha do deserto, visita frequente cá da casa e que por hora está bem precisada de um céu mais azul.
Asas não lhas posso dar, mas aqui fica a fotografia do céu visto por dentro.
P.S. Desculpem, mas o espaço é meu e é solidário.

sábado, novembro 18, 2006

Desafio

Este veio da rainha do deserto, e como anjo que se preza nunca vira o rosto a um piscar de olhos moreno cá fica a resposta e o repto.

Regulamento: "Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."


1 - Para relaxar e pensar na morte da bezerra adoro enrolhar bilhetes de autocarro, metro e comboio. O cartão não pode ser demasiadamente rijo nem excessivamente mole, deve-se deixar moldar em suaves movimentos circulares nos meus dedos e não se rasgar.

2 - Quando caminho sobre ladrilhos procuro pisá-los de forma a não tocar em dois adjacentes. Saltitando de nenúfar em nenúfar.

3 - No mar dos lençóis o estilo preferido é bruços. Cabeça enterrada entre os braços pois o anjo não gosta de amarfanhar as suas asas. A poça de baba é a do costume. São sonhos senhores. são sonhos.

4 - Gosto de pera com sopa de nabiças. É o sabor agridoce qb.

5 - Tenho uma memória terrivelmente fotográfica. Eu lembro-me sempre dela... Ela é que nunca se lembra de mim.

Agora cumpro escrupulosamente os regulamentos e passo às outras que por cá passam e não às mesmas. Foi difícil arranjar quórum mas bem espremido lá consegui:

horas vagas, (poucas)
calamity jane, (esta então é que mesmo nenhumas)
cez@oriente, (de olhos em bico)
restolho, (ao sabor do vento suave da planície)
monhé, (sob a brisa quente do vulcão)

sexta-feira, novembro 17, 2006

O senhor N y m a n


O senhor N y m a n veio à Lisboa que anoitece arrebatar aplausos e comoções a um público que se deixou maravilhar com tamanha genialidade nas composições, nos arranjos e no talento vibrante dos músicos que o acompanham.
Deverei se calhar corrigir e fazer justiça...O senhor N y m a n é que acompanhou a orquestra e apenas carregou as imensas partituras brancas que vi espalhadas sobre o piano negro.
Deixou brilhar os seus virtuosos.
Sublinhou apenas aqui e acolá com o seu piano.
Mais não era necessário e tal deve ter considerado excessivo dada a sua natureza minimal.
Pôs-se unicamente ao serviço da música, de costas para o público mas de frente para a sua trupe erudita de músicos.
Um respeito profundo pelo concerto e pela perfeição na execução.
Não precisou de dizer uma única palavra.
Deu descanso aos seus mágicos quando depois do intervalo esteve em palco alguns momentos a solo ao piano.
Lá teve que meter a bucha comercial da sound track do "Piano" sendo certo que se provou na noite de ontem existir um senhor Nyman muito para além do "Piano" e ainda por cima, se é que isso seria crível, muito melhor.
As vénias de agradecimento, os seus respeitosos braços abertos e um sorriso que, lá longe do 2º balcão, pude adivinhar, foram o bastante para retribuir ao público.

O palco foi iluminado de forma minimal e, pasmem-se, com as cores do lisboaqueamanhece: o rosa fuccia e o azul celeste.
Uma primeira parte com fundo de palco azul celeste e tabuado do palco em fuccia, momento a solo a preto e branco e última parte com fundo rosa fuccia e tabuado azul celeste.

Em algumas músicas os aplausos foram de tal forma vibrantes que, por momentos, pensei estar aos pulos numa qualquer bancada de estádio a festejar um golaço do fê.quê.pê.

Que qualidade.
Que nível.
O anjo gostou muito de conhecer esse seu espaço celeste.
Obrigado pela partilha.
Obrigado senhor N y m a n.
Volte sempre.

domingo, novembro 12, 2006

Um dos grandes, destes, de outros e de tempos futuros

domingo, novembro 05, 2006


As palavras mentem, e muito, mas os olhos não.

Enciclopédia celeste - Fascículo 2

Na continuação do bem escrever, bem falar, cá vão então mais umas palavras difíceis:

Falaz
do Lat. fallace
adj. 2 gén.,
enganador;
ardiloso;
ilusório;
quimérico.

Estrombo
do Lat. strombu < Gr. strómbos, pião
s. m.,
género de gastrópodes;
espécie de concha univalve conhecida por buzineta.

Canícula
do Lat. canicula
s. f.,
estrela Sírio do Cão-Maior (grafado com inicial maiúscula);
estação calmosa, em que essa estrela e o Sol estão em conjunção;
calor.
de cana
s. f.,
pequena cana.

Gutural
do Lat. guttur, garganta
adj. 2 gén.,
relativo à garganta;
diz-se do som que se articula ou modifica na garganta.

Fanqueiro
red. de faniqueiro?
s. m.,
comerciante de tecidos de algodão, lã, linho, etc.

Faniqueiro
de fanico
adj. e s. m.,
que ou o que anda à cata de pequenos lucros, ao fanico.

Porfiar
de porfia
v. tr.,
guarnecer com fio (um cabo ou linha);
coser (cabos ou tralhas) com um fio ou cabo mais delgado;
v. int.,
disputar com obstinação;
questionar, altercar;
teimar, insistir;
ser rival.

Denodo
s. m.,
valentia;
valor;
coragem;
intrepidez;
audácia;
desembaraço.

Coragem
s. f.,
acção de corar;
cora.
do Lat. cor, coração
s. f.,
firmeza de espírito, energia diante do perigo;
intrepidez;
ânimo;
valentia;
perseverança.

Camafeu
do Lat. *camahaeu?
s. m.,
pedra preciosa com duas camadas de cor diferente, sobre uma das quais foi gravada uma figura em relevo;
pop.,
mulher muito feia;
ant.,
selo dos reis de Portugal;
efígie dos reis nas moedas.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Pai Anjo

Parabéns Pai.
São 60 anos de vida.
Muitas horas de trabalho.
Muitos apertos na bolsa.
Uma vida a puxar pela família.
Se calhar deveria dizer-te obrigado.
Por tudo.
Por estar por cá.
Por estares por cá.
Por estar também a teu lado
Se calhar dizer-te que te amo.
Calhava bem.

Sei nunca aqui virás.
Se calhar não perdes nada.
Se calhar perco mais eu.
Se calhar perdem todos os que por aqui passam
E que não te conhecem.

Gostava de te oferecer o campo.
O Pai anjo é um homem do campo, da terra.
Agora aposentado vejo-o inadaptado.
Gostava de mudar de vida.
Gostava de te melhorar a vida.

Abraço grande do tamanho das asas com que tu me levavas às cavalitas sempre a assobiar e de sorriso estampado.

Meus amigos, são às paletes as ervilhas.



Bem. Caros amigos e camaradas estou aqui que nem posso de tanta emoção celeste.
Tenham piedade de um coração fraco e de uma bolsa cada vez mais orçamentada à medida da "tutto chicco".
É mais uma cá fora, acreditem que é verdade, não é um dejá vu nem um post requentado. É do dia e bem fresco.
Uma ervilha mais acabou se saltar da vagem.
É puto e deve ser reguila. Bem vindo pázinho.
Já não tenho mãos, nem braços, nem camisas lavadas para tantos bolçares e puns abençoados.
Até já tenho ervilhas em lista de espera para conhecer o tio que vem do céu azul celeste.

Esta geração compincha 77 é do melhor.
Estamos a fazer nascer uma nova leva de Tugas.
Será que é desta que acertamos?
As nascentes são de boa qualidade, do melhor que para aí há.
O Anjo acredita!
Eu cá, por enquanto, vou puxar por elas sempre que estejam ao alcance das asas celestiais.
Este é o melhor "Compromisso Portugal" que podemos assumir.
Fazer das nossas ervilhas sementes de futuro para a nossa terra por ora tão árida e desértica.